sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

Sua ausência


Sua ausência descompassa os meus dias


Que se transformam num espaço sem medida


Amontoado de tempo que perdeu a dimensão


Sua ausência fere e angustia


Abrindo em meu peito uma ferida


Que dolorida me maltrata o coração...





Minando aos pouquinhos minha resistência


E embotando os sentidos da razão


Sua ausência ultrapassa o clima de suspense


Num jogo que instiga minha paciência


Num qual que me enlouquece de paixão





Sua ausência, distanciamento de mim


Angústia


Dor que dilacera a alma, como implosão


Sua ausência me deixa triste, abatida enfim


Inerte frente à impossibilidade


De na verdade, encontrar a solução





Meu coração chora sofrido


Em ânsia contida, aguarda um movimento seu


Desprovido de esperança e emoção


Sua ausência é, para mim, o maior castigo


Que um dia um mortal já conheceu


Num requinte cruel de obsessão





Sua ausência me preenche rudemente


Sem deixar espaço algum para me aliviar


Não permitindo qualquer aproximação


Sua ausência me castiga lentamente


Numa vingança por ter ousado tanto amar


E não ceder a nenhuma forma de pressão





Sua ausência é meu desatino....