Sua ausência descompassa os meus dias
Que se transformam num espaço sem medida
Amontoado de tempo que perdeu a dimensão
Sua ausência fere e angustia
Abrindo em meu peito uma ferida
Que dolorida me maltrata o coração...
Minando aos pouquinhos minha resistência
E embotando os sentidos da razão
Sua ausência ultrapassa o clima de suspense
Num jogo que instiga minha paciência
Num qual que me enlouquece de paixão
Sua ausência, distanciamento de mim
Angústia
Dor que dilacera a alma, como implosão
Sua ausência me deixa triste, abatida enfim
Inerte frente à impossibilidade
De na verdade, encontrar a solução
Meu coração chora sofrido
Em ânsia contida, aguarda um movimento seu
Desprovido de esperança e emoção
Sua ausência é, para mim, o maior castigo
Que um dia um mortal já conheceu
Num requinte cruel de obsessão
Sua ausência me preenche rudemente
Sem deixar espaço algum para me aliviar
Não permitindo qualquer aproximação
Sua ausência me castiga lentamente
Numa vingança por ter ousado tanto amar
E não ceder a nenhuma forma de pressão
Sua ausência é meu desatino....