sábado, 3 de abril de 2010
Romantismo-Cecília Meireles
Seremos ainda românticos
e entraremos na densa mata,
em busca de flores  de prata,
de aéreos, invisíveis cânticos.
 Nas pedras, à sombra, sentados,
respiraremos a frescura
dos verdes  reinos encantados
das lianas e da fonte pura.
 E tão românticos seremos,
de tão magoado romantismo,
que as folhas dos  galhos supremos
que se desprenderem do abismo
 pousarão na nossa memória
- secas borboletas caídas -
e choraremos sua  história,
resumo de todas as vidas.
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