Vem aos meus sonhos,
faz em mim a tua casa.
Planta, em frente,
a cerejeira dos pássaros brancos,
deixa que eles pousem nos ramos e cantemeternamente,
deixa que nas suas asas de luz eu leia o meu nome,
antes de os relâmpagos acenderem os prados.
Vem aos meus sonhos,
vê os labirintos por onde me perco,
vê os meus países do mar,
vê, em cada barco que parte do meu coração,
as viagens que não fiz,
os amores que não tive,
a luz cruel da minha solidão.
Vem aos meus sonhos,
traz um fio de água para as dálias do meu quarto vazio,
não queiras que as suas pétalas sequem muito depressa,
caindo pelos delicados muros de cristal,
apagando a cor que dava vida aos aposentos do solitário.
Deixa que ele evoque a secreta doçura das colmeias,e vem,
vem aos meus sonhos,
ilumina o meu domingo de cinzas,
o meudomingo de ramos,
o meu calvário,
diz que estás aqui,
nesta página que escrevo para nunca te esquecer.
como é que tu consegue isso? um dia vais ter que me explicar. tu escreves de momento, ou já tens algo anotado?
ResponderExcluirtudo que escreves sai muito bem escrito que nem tenho coragem de mostrar pra ti o que eu escrevo.
como sempre... cada vez mais te admiro como poeta.